Sensação é de absoluta impotência, diz brasileiro que passou por terremoto no Chile
Atualizada às 12h51
O secretário executivo do Plano Nacional do Livro do Ministério da Cultura, José Castilho, dormia em um hotel na capital Santiago no momento que ocorreu o terremoto de 8,8 de magnitude no Chile. Castilho disse que a sensação agora é de “absoluta impotência”. Um dos responsáveis pelo Congresso Internacional de Literatura Infantojuvenil, ele reuniu os 44 brasileiros que foram para o evento e juntos formaram uma espécie de “esforço coletivo” para manter a confiança e buscar meios de retornar ao Brasil.
Leia mais depoimentos:
Procuramos a Embaixada, mas tivemos dificuldades para ser atendidos - o Consulado também não nos deu suporte. Estamos aguardando orientação de uma diplomata que foi muito gentil e atenciosa. A situação do aeroporto de Santiago é catastrófica. (Ana Soares, de Santiago, Chile)
"Hoje pela manhã procuramos a Embaixada do Brasil, porém as notícias não foram boas, haja visto que o aeroporto está com várias avarias e não há notícias de quando seremos resgatados." (Rafael Bernardes Marchiori, de Santiago, Chile)
Em entrevista ao UOL Notícias, Castilho disse que a sensação na hora do terremoto foi de terror. "Era uma coisa impressionante, tudo começou a chacoalhar. Era se como estivéssemos dentro de um carro pequeno sacudido por 15 halterofilistas", contou.
O secretário disse ainda que, apesar do apoio da Embaixada do Brasil em Santiago, não há perspectivas sobre o retorno dos brasileiros. Segundo ele, não existem voos da Força Aérea Brasileira (FAB) previstos nem condições de aeronaves comerciais deixarem o país.
"Ficamos sabendo que as autoridades chilenas não estão autorizando decolagens de voos comerciais. Somente na quarta-feira (3) parece que isso será normalizado", disse. “Queremos voltar para casa, mas entendemos perfeitamente que a prioridade é cuidar das vítimas do terremoto”, completou.
“Estamos evitando deixar o hotel. Fomos até a embaixada para pedir providências, no meio do caminho há edifícios com rachaduras e prédios abalados. Não é uma imagem que se queira ver", contou.
O terremoto do último sábado (27) matou pelo menos 711 pessoas e ainda há desaparecidos e desabrigados. Estradas, prédios públicos e privados foram destruídos. O prédio da Embaixada do Brasil em Santiago, que é uma casa antiga, também sofreu danos. Segundo o Itamaraty, não há informações de brasileiros mortos ou desaparecidos.
*Com informações da Agência Brasil
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